A matéria a seguir, retirada da Revista Super Varejo, trata de um problema que assola grande parte do mercado varejista: a falta de profissionais.
A explicação se dá pelo aquecimento da economia, somada a um problema antigo de falta de mão de obra qualificada, principalmente no varejo e na construção civil.
As dificuldades, em geral, são: demora no preenchimento da vaga, poucos interessados pelas oportunidades, baixa qualificação, contratados que permanecem no cargo apenas pelo período de experiência e pressão por aumento de salários.
Mesmo com os poucos que se dispõe a ir à entrevista, há faltas e aqueles que são contratados eventualmente desistem nos primeiros dias.
A atividade do varejo é vista pelo profissional como de passagem. O profissional fica no varejo até que encontre alguma vaga mais conveniente.
O salário é um problema também – A indústria, por exemplo, paga em média 50% a mais pela mesma escolaridade – e, com margens reduzidas, o varejo vê-se com dificuldades, afinal, suas margens de lucros são apertadas.
Neste cenário adverso, há soluções inovadoras, como por exemplo, premiação em dinheiro para funcionários antigos toda vez que novatos indicados por eles realmente ficam nas lojas. Outras, panfletam em ônibus, jornais, pontos de ônibus e firmam parcerias com escolas e associações para oferecer o primeiro emprego e treinar o funcionário para postos mais escassos, como padeiro e confeiteiro.
É importante também analisar os profissionais que deixam o emprego rapidamente para procurar outras opções no mercado, e assim evitar contratá-los.
Em relação ao salário, às vezes um aumento pode nem resolver – Aqueles que não querem trabalhar aos fins de semanas não serão impactados por este incremento. Uma pequena majoração de 20% no pagamento (elevaria um salário de 600 reais para 720 reais, por exemplo), que talvez nem fosse empolgar tanto assim, pode representar queda de 1,5 ponto percentual no lucro da empresa, cujas margens, são apertadas, em torno de 3% ou 4%.
Criar perspectiva aos funcionários: Fazer quem está dentro de casa crescer ao invés de buscar um talento fora da empresa e ajudar os colaboradores a darem sentido ao trabalho que executam, a se sentirem parte da empresa para que se comprometam com ela são também algumas das maneiras que as empresas com menores indices de rotatividade incentivam em seu dia-a-dia.
Além disso é essencial que os colaboradores tenham alguma autonomia, que sejam efetivamente responsáveis pelas áreas em que trabalham e que percebam que podem crescer, ganhar mais importância, avançar na hierarquia da empresa, afinal, pela própria demanda, é possível avançar a carreira no varejo mais rápido do que em outros segmentos, e talvez ai esteja uma das chaves para resolver essa questão.